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Preparativos

Nova York com crianças: dicas práticas pra aproveitar

Muita gente acha que Nova York não é uma cidade boa para crianças, mas eu estou aqui pra dizer que isso é um mito. Crianças podem aproveitar E MUITO Nova York! Em uma cidade tão agitada e com tanta coisa acontecendo, o que não faltam são programações que agradam os pequenos. Aliás, acho que poucos lugares no mundo são tão divertidos e interessante para crianças quanto Nova York

Como muita gente aqui já sabe, eu tenho dois filhos pequenos: a Julia (que já vai fazer 4 anos😱) e o Daniel (de 9 meses). O Daniel é muito pequeno ainda pra opinar, mas a Julia aproveita demais a cidade desde o seu 1 ano e meio (idade que ela tinha quando a gente se mudou). Não tem lugar no mundo que ela curta mais do que Nova York e nem mesmo Orlando traz tanta variedade de programações infantis assim! Então se você quer ir pra NYC e estava com pé atrás por conta das crianças, tire essa preocupação da cabeça.  

Agora que você já sabe que dá pra aproveitar Nova York com criança, vem a dúvida muito mais importante: como planejar uma viagem que seja legal para adultos e crianças?

Foto de uma criança observando um tigre no zoológico através do vidro
As crianças aproveitam MUITO Nova York!

No meio dessa pandemia, eu fiquei um pouco travada pra escrever sobre viagens com crianças porque estava pensando muito nos lugares que queria indicar e nas incertezas do futuro. A verdade é que a gente não sabe exatamente quais estabelecimentos continuarão funcionando, infelizmente. 

Tenho certeza que a lista de opções para criança vai continuar sendo gigante e que muitos continuarão existindo, mas me dei conta de que eu estava atropelando os assuntos. Em primeiro lugar, muito mais importante do que simplesmente falar de atividades voltadas para as crianças é falar das dicas práticas para planejar uma viagem legal com crianças e o que muda na dinâmica da viagem quando elas estão junto. 

Afinal, imagino que seu grupo de viagem tenha adultos e crianças e ninguém quer uma viagem temática infantil, feita exclusivamente com programações só para crianças. Então antes de falar de programações específicas, o desafio é criar um roteiro dia a dia que agrade a todos, equilibrando os interesses específicos de cada um, para uma viagem em família bem gostosa e divertida. 

Foto de uma criança brincando em um parque de Nova York
Não dá pra falar que uma cidade com TANTOS parquinhos não é pra criança. Não tem como!

Por isso, o meu foco nesse post são as dicas para aproveitar a viagem com crianças em diferentes momentos – pensando sempre no aproveitamento delas e no seu também. Algumas dicas são mais específicas de Nova York mas boa parte delas vale até para outros destinos também. 

E para quem está na expectativa de dicas de locais específicos, o próximo post vai ser mais nessa linha! Ainda quero fazer muitos posts sobre viagem com criança, mas achei que esse era o melhor assunto pra começar. 😉 

Nova York com crianças: dicas práticas para todo mundo aproveitar

Roteiro sem stress

A gente que gosta de planejar viagem, às vezes se empolga e quer planejar cada momento do dia, mas planejamento em excesso pode acabar engessando demais sua programação – e com crianças isso fica pior ainda. Ter espaço pra espontaneidade e curtir as coisas com calma acaba sendo a melhor alternativa para todo mundo, mas é ainda mais importante em grupos grandes ou com crianças, quando a quantidade de paradas e de imprevistos triplica. 

Quem nunca teve os planos atrasados por uma sequência de:

– Quero fazer xixi! 
– Passou a vontade
– Xixi! 
– Passou a vontade!  

Isso, claro, 30 segundos depois de você sair de casa e de ter implorado pro seu filho ir ao banheiro antes. 😂 Se você não passou por isso você não sabe o que é tempo perdido na vida! hahahaha Mas tá tudo certo, é parte normal da vida de qualquer criança passeando – e vai levar tempo. 

Por isso mesmo, minha dica é tentar programar menos coisas por dia do que você faria se estivesse só em com adultos.  Busque um ritmo mais desacelerado de viagem, com menos cobranças e mais espaço pra curtir em família sem correria.

Foto de crianças brincando em um parquinho em Nova York
Deixe espaços na programação pra curtir essas coisas que são bem a cara de NY

Pela minha experiência, deixar janelas grandes para cada programação vai evitar a frustração de perder algo que foi planejado, o stress de ficar apressando todo mundo para ser escravo de uma agenda apertada e vai te permitir apreciar as pequenas coisas que andar calmamente por Nova York te proporciona: parar pra ouvir aquele músico no parque, ou pra entrar naquela loja de vitrine bonita, comprar aquele docinho que chamou sua atenção (de repente do nosso top 10 doces), ou brincar um pouquinho naquele parquinho que seu filho pediu. 

Defina bem a época da viagem

Já falei muito isso e vou continuar repetindo porque é um assunto muito importante pra qualquer viagem a Nova York: a época escolhida para a sua viagem vai ter um impacto enorme em todos os aspectos da sua experiência Já tem post aqui no blog sobre a melhor época da viagem, sobre clima e sobre neve em Nova York e sugiro que você dê uma olhada em todos eles. Se tiver com preguiça, veja pelo menos o primeiro (sobre época) para escolher o período da sua viagem sabendo o terreno que você está pisando.

Foto de um prédio em Nova York com neve nos telhados e neve caindo do céu
O frio é bem menos proveitoso especialmente para as crianças

Falando em viagem com crianças, os meses frios são sempre muito menos proveitosos. Cada um tem sua preferência com relação a clima e essa acaba sendo uma escolha pessoal;  mas quando a viagem é com criança, dá pra gente generalizar um pouco mais e dizer que você pode até aproveitar com crianças no frio, mas vai aproveitar muito mais nos meses quentes ou meia estação. Isso sem contar que nos meses frios a imunidade de todo mundo fica mais baixa e os pequenos sofrem mais com a possibilidade de ficarem doentes. 

Nos meses de calor a situação muda completamente e dá pra curtir muito mais a cidade com as crianças. Sei que muita gente sonha em curtir uma viagem na época do Natal, com a neve caindo e fazendo bonecos de neve com as crianças no Central Park, mas tenho certeza que as crianças vão gostar ainda mais de brincar nos playgrounds molhados nos meses quentes do que brincar com a neve (que pode ou não dar as caras) em Nova York. Curtir o frio e neve com crianças pequenas faz mais sentido em lugares como grandes resorts e estações de sky que tem toda uma estrutura para isso.

Foto de uma criança brincando com bolhas de sabão no Central Park
Dá pra curtir muito mais nos meses mais quentes

Se ainda assim o inverno for a única época que faz sentido pra você (por conta das férias escolares ou porque você está juntando a viagem com outro destino), algumas dicas para ajudar as crianças no frio:

  • Capa corta vento para os carrinhos: ajuda muito a barrar a ventania nas crianças e de quebra protege de chuva. 
  • Para as menores, tem uns protetores de cadeirinha do carrinho e tipo um edredom que encaixa no carrinho que ajuda muito também (como esses). Você vai ver direto nas ruas um monte de criança usando isso.
  • Roupas quentes em camadas são importante para todos, mas mais ainda para as crianças, que tem a pele mais sensível. No frio a Juju sempre usa uma meia grossa ou duas calças mesmo, se não a pele fica toda machucada. 
  • Use um sabonete com hidratante ou compre um hidratante bom pras crianças (e pra você também) pra pele não ficar muito machucada de frio. 
  • Não esqueça do cachecol, luva e gorro. Eles tem uma função muito além de montar o look! Te esquentam de verdade. 
  • Compre alguns protetores labiais e vá usando o dia inteiro pra não queimar muito os lábios. 

Se você viajar nos meses quentes, tenha em mãos protetor solar, muita água e leve sempre uma troca de roupa (ou melhor ainda, uma roupa de banho) para que as crianças possam brincar sem preocupações nos esguichos de água de ficam ligados em muitos playgrounds pela cidade.

Conciliando interesses

Muitas atrações de Nova York aceitam muito bem crianças, mas nem todas são focadas nelas. Dentre as tantas opções de passeios para incluir no roteiro, o mais provável é que tenham alguns momentos mais focados nos adultos; outros mais focados nas crianças e outros momentos para os dois. Tente mesclar bem as programações de cada grupo ao longo da viagem para que todo mundo aproveite e se sinta incluído. 

Foto de uma criança observando uma exposição de animais empalhados no Museu de História Natural
O Museu de História Natural é uma das programações preferidas da Julia!

Acho que o ideal é já deixar bem claro que vai ter momentos mais para os adultos e outros mais para as crianças desde antes da viagem, porque combinando e deixando “as regras do jogo” mais claras, as crianças costumam seguir o que a gente propõe muito melhor. É importante elas saberem que vão ter a vez da programação delas, mas que elas terão que respeitar a vez dos adultos também. 

Algumas dicas para ajudar a ganhar o interesse das crianças em programações em que elas não são o foco:

  • Sempre que um museu ou atração não for claramente para crianças, transforme a visita em um jogo! Criar desafios, missões no estilo de caça ao tesouro pode fazer elas aproveitarem demais. Dê uma pesquisada no local e fale para as crianças “vocês precisam encontrar tal e tal coisa, cada uma vale um ponto. Vamos ver quantos pontos você tem no final”. Nossa, pelo menos por aqui funciona muito! Se tiver um mapa pra ela ir acompanhando, melhor ainda! 
  • Em Nova York, você vai encontrar muitos parques e playgrounds abertos em todos os cantos. Muitas vezes, você vai encontrar algum playground perto das outras atrações que você vai visitar. Parar para brincar um pouquinho ali depois de um museu é sempre um jeito do seu filho curtir mais a viagem e vocês aproveitarem o clima da cidade.
  • Lembre-se que a sua empolgação conta demais pras crianças. Se a gente tratar qualquer atração como uma aventura super interessante, elas normalmente entram na onda e se divertem junto até com uma moitinha na rua.

Restaurantes com crianças

Se você procurar no Google, vai ver muitas indicações de restaurante com mais foco em crianças por conta de uma decoração diferente, alguma proposta mais divertida ou qualquer coisa do tipo. Alguns são legais mesmo, mas outros tem uma comida mais ou menos e um preço que não se justifica. 

Como eu falei antes, vou trazer mais dicas de locais específicos em outros posts, mas o principal agora é te lembrar que você não precisa ir só em restaurantes voltados para crianças só porque tem crianças no seu grupo. Isso não faz nenhum sentido pra mim, até porque pelo menos a Julia aqui adora comer bem igual todos nós. Escolher um ou outro lugar diferente com um tema mais infantil pode ser divertido, mas essa não precisa ser a base da sua alimentação em Nova York.

É verdade que alguns restaurantes badalados de Nova York são mais voltados para adultos, mas a maioria ainda aceita bem crianças, incluindo muitos dos restaurantes disputados. 

Algumas coisas que eu considero como bons sinais da receptividade de um restaurante com crianças:

  • A existência de um menu infantil
  • Algum entretenimento (um desenho e giz normalmente)
  • A simples oferta de cadeirões (acredite, tem restaurante que nem tem cadeirão- e eu já levei a Julia em um desses na caruda! Sorte que nesse dia ela se comportou.)

Tem uma ferramenta que eu AMO pra descobrir qualquer coisa que você queira sobre um restaurante, e pouca gente conhece. Existe um espaço para perguntas e respostas na página do Google para avaliação dos restaurantes. Você pode perguntar (em inglês) se o local é “kid’s friendly” e esperar as respostas em poucas horas. Sempre fico impressionada como as pessoas respondem rápido aquilo. É o Yahoo resposta dos gringos nos tempos modernos!

A parte de perguntas e respostas do Google é ótima. Na foto, alguém perguntou justamente se o restaurante é bom pra crianças
A parte de perguntas e respostas do Google é ótima! Aqui, alguém perguntou justamente se o restaurante é bom pra crianças 🙂

Se ainda estiver na dúvida e quiser muito conhecer esse restaurante, pode ser uma boa ideia marcar a visita para o almoço, em especial durante a semana. O clima é sempre menos intimista do que no jantar e normalmente o preço é até melhor. Na primeira vez que meus pais nos visitaram depois que mudamos pra Nova York (ou seja, exatos 3 dias depois de eu me mudar 😛 ) eu e meu pai ficamos com muita vontade de conhecer a Keens Steakhouse, um restaurante de carnes com mais de 100 anos e super tradicional, que é um dos meus preferidos até hoje. 

Eu sabia que ele não era voltado para crianças nem nada, então fomos no almoço pra sentir o clima. Eu estava até meio tensa, mas a Juju se comportou super bem (era mais fácil quando ela tinha 1 ano do que agora com 4! haha) e achei todos eles muito receptivos. Desde então voltamos algumas vezes no almoço e jantar e agora vou tranquila, porque já sei que ela é bem vinda. 

A boa notícia é que a variedade de opções gastronômicas em Nova York é tão ampla que mesmo as crianças com paladar mais restrito acham opções que agradam.

Outra dica: em muitos restaurantes a gente pergunta se eles tem um prato tamanho infantil mesmo se não falam nada no menu. Nem sempre eles tem, mas as vezes mesmo quando não tem, eles cobram mais barato no prato da Juju (já aconteceu algumas vezes). É claro que tem lugar que não tem e não cobram diferente, mas não custa se informar, né?

Além disso, tem aquela recomendação que todos os pais já sabem para ir em restaurantes com criança (seja em Nova York ou qualquer lugar): já levar um entretenimento para elas se distraírem. Quando a Julia era menor eu sempre levava uns bonequinhos de surpresa e só mostrava no restaurante os escolhidos do dia. Também sempre deixei algumas folhas de papel e giz na bolsa para ela. Depois que ela ficou maior, comecei a levar ou livrinhos com pincel de água (tipo esse), caixinhas de ímas pra brincar, livros de adesivos e coisas do tipo. Agora ela já participa mais das conversas, mas ainda sempre tenho alguma coisinha para ela brincar se preferir. 

Foto de um restaurante com mesas cheias na calçada, durante o dia
Tem muito restaurante legal que aceita super bem criança, ainda mais na hora do almoço.

A escolha do hotel com crianças

Em hotel sempre vai rolar um dilema de espaço e distância: hotel mais espaçoso é gostoso (em especial se você tiver que montar um berço) mas se for muito longe, questione se vai valer a pena. Já tem post sobre isso aqui no VPD NY, mas com criança fica ainda mais cansativo passar muito tempo em metrô ou pior ainda, parado no trânsito. Crianças mais velhas acompanham melhor essas viagens, mas para as pequenas pode ser muito cansativo.

Foto das árvores no Central Park, com folhas verdes e amareladas
Nova York tem tanta coisa pra ver e conhecer que a gente acaba passando bem pouco tempo no hotel

Além disso, não espere aqueles resorts cheio de piscinas e atividades para as crianças. Normalmente as opções de hospedagem em Nova York são mais práticas e para ter essas amenidades a mais, você acabará pagando muito mais caro (e provavelmente usando muito pouco). O entretenimento você vai encontrar nas ruas mesmo. 🙂

Recomendo sempre olhar com atenção as avaliações do hotel para garantir que você está escolhendo uma alternativa confortável e segura pra toda a sua família. Você não vai querer usar um bercinho em um hotel que já teve casos de bed bugs, concorda?

Aliás, falando em berço, se você viajar muito, pode até considerar um berço desmontável. Eu tenho um desses “pack and play” e já precisei levar pra alguns lugares quando a Julia era pequena. Para as crianças um pouco mais velhas, que já dormem em cama mas correm risco de cair, tem essa barreira de viagem que eu comprei pra Juju quando fui em um hotel que não tinha grade e olha, eu adoro! A Julia vira 360 graus a noite então sem isso eu encontro ela no chão no meio da noite (sim, ela cai e nem acorda).

Foto do bercinho pack and play, útil para quem viaja bastante e tem crianças
Esse bercinho pack and play é bem legal pra quem viaja bastante! (Não repara a bagunça, viu? :P)

Também vale lembrar que nem todo hotel tem frigobar no quarto. Se você tiver planejando contar com um, verifique de antemão. Pra quem tem bebê que mama em mamadeira, lembre-se que em qualquer Starbucks e possivelmente em algum café do seu hotel, você consegue água quente de graça para misturar com o leite em pó. Provavelmente vai vir mega quente, então você pode misturar com outra água fria até chegar na temperatura desejada.  Se quiser economizar pra não ter que pedir em room service (e pagar gorjeta) ou se estiver em um hotel sem room service, o Starbucks é sempre um quebra galho por toda a cidade. Para economizar viagens e já ter água quente para a mamadeira da manhã seguinte, pode ser uma boa idéia arrumar (ou comprar) uma garrafa térmica. Eu uso essa aqui no meu dia a dia (que funciona pra água quente ou gelada) e quando viajava com a Juju menor, usava pra guardar água quente (inclusive pro avião). 

Para quem está cogitando Airbnb para ter a estrutura de um apartamento completo à disposição, lembre-se de que as regras de Airbnb em Nova York são bem diferentes. Para entender suas opções de hospedagem e os prós e contras de cada uma delas, clique aqui.  

Considere um carrinho

Nova York é uma cidade em que se anda muito. Exige pique até dos adultos, e para as crianças pode ser um pouco cansativo. Todo mundo sabe que quando a criança cansa quem sofre mesmo é a coluna dos pais, porque eles acabam indo pro colo, né? Então pelo bem das pernas dos seus filhos e da suas costas, considere um carrinho para usar na viagem e permitir que as crianças descansem um pouco. 

É claro que aqui vai depender da idade das crianças, mas se seu filho for pequeno e ainda se desgastar muito (sei lá, uns 5 ou até uns 6 anos) acho que pode fazer sentido. Mais do que isso acho que já dá pra acompanhar melhor as programações.

Eu sei que crianças nessa idade não andam de carrinho e eu nem sou muito fã da ideia de colocar crianças maiores em carrinho normalmente, mas pensando no ritmo dos passeios em Nova York, abro uma exceção. 

Foto da filha da Renata no carrinho, com óculos de sol na cabeça
Em NY, até crianças um pouco maiores podem se beneficiar do carrinho

O ideal é um carrinho leve e fácil de abrir e fechar sempre que quiser. Um daqueles guarda-chuva baratinhos resolvem, não precisa ser um carrinho muito elaborado não. Só verifique se ele aguenta o peso do seu filho antes de comprar. 

O Daniel já nasceu em NY e quando eu fui comprar um carrinho pra ele, muita gente me falava de carrinhos gigantes com mais estabilidade, mas em Nova York eu acho que o carrinho tem que ser prático, pequeno e bom pra passear. A gente acabou comprando um desses de viagem, que ficam bem pequenos, cabem em qualquer lugar e são fáceis de abrir e fechar.

A Juju hoje em dia já prefere sair de patinete, mas ela sempre teve outro carrinho parecido, também de viagem, mas o dela não reclina porque compramos quando ela já era maiorzinha. Pra quem viaja toda hora, um carrinho desses de viagem é um investimento que vale demais. Eu amo os dois! Se quiser ver mais detalhes na Amazon, os links estão aí:

  • GB Pockit: é o carrinho da Julia. É o mais leve e compacto, mas não reclina.
  • Yoyo plus: é um pouco maior mas pode ser usado desde o nascimento. Apesar de maior que o GB Pockit, ele também é bem leve e cabe no avião com você (muito mais fácil pra viajar, porque não precisa despachar).

Transporte com crianças

Além de andar a pé, metrô acaba sendo a melhor alternativa quase sempre. É mais prático, mais barato e normalmente até distrai melhor as crianças do que um carro. No metrô, as crianças até 1m12 não precisam pagar e podem passar pela porta sem nem sair do carrinho ou podem até passar debaixo da catraca (se estiverem sem carrinho), desde que esteja com um adulto pagante. Crianças maiores que isso pagam como adultos. Sei que o metrô parece complicado, mas é bem mais simples do que aparenta e a gente já deu todas as dicas para você se virar bem no guia do metrô de Nova York aqui do blog.

Foto das catracas do metrô de Nova York
O metrô continua sendo a melhor opção, mesmo com crianças!

Se você optar pelo carrinho como eu sugeri aí em cima, vale saber que nem todas as estações trazem elevador. Se o seu filho estiver acordado e for maiorzinho, aquela dica de ter um carrinho leve e prático de abrir fechar vai ser bem útil agora, porque vai facilitar sua passagem em qualquer estação, mesmo as sem elevador.

Eu sei que você pode levantar o carrinho com o seu filho dentro e subir e descer escada com eles (chora, coluna!). Eu já fiz algumas vezes e Felipe sempre faz, mas eu passei a achar meio perigoso depois que teve um caso horrível de uma mulher que caiu assim. Enfim, o melhor é procurar no mapa pelas estações com elevador na hora de pensar no seu trajeto ou então tirar a criança do carrinho, fechá-lo e abrir de novo depois. 

Foto do Felipe levantando o carrinho para descer escadas
O Felipe sempre levanta o carrinho, a Julia acha o máximo e eu fico atrás falando “Cuidado, Felipe! Olha o degrau, Felipe!”

As outras opções de transporte para o dia a dia são táxis, Uber e Lyft. Dessas alternativas, eu prefiro os carros de aplicativo, porque táxis tem carros muito antigos. No Uber e na Lyft, existe a possibilidade de você pedir um carro que já tem cadeirinha para o seu bebê em muitos momentos (como são menos carros, nem sempre aparece disponível). Não é uma cadeirinha que funcione para bebês menorzinhos ainda, mas acho que atende bem a maioria das crianças em idade de viajar. Veja que você pode ir em um taxi ou uber com seu bebê no colo, mas estou falando da cadeirinha pela segurança mesmo.

Se seu filho for um pouquinho maior (4 ou 5 anos), podem usar também uma “booster seat” (tipo uma almofadinha mais alta) junto com o cinto normal. Se vocês viajarem muito, esse booster seat de viagem é seguro e muito prático. Mas em geral eu prefiro o metrô e só acho que carro vale a pena pra viagens mais longas como visitar outra cidade ou ir até o aeroporto. 

E o banheiro pras crianças? 

Lembra do papo “Xixi/passou a vontade”? Bom, a bexiga dos pequenos é muito menor que a nossa e quando se passa tanto tempo na rua como em uma viagem à Nova York, as paradas pra ir ao banheiro serão incontáveis. Isso podem parecer um ponto de preocupação logo de cara, mas fique tranquilo que ninguém vai passar aperto com isso não – nem crianças, nem adultos! 

Você sempre pode recorrer à recepção de hotéis e até restaurantes mais movimentados. Tem um aplicativo que te fala dos banheiros mais limpos ou amigáveis se você quiser consultar (chama ‎SitOrSquat), mas eu nunca nem usei.

Eu tenho um kit banheiro que levo quando saio com a Juju, que eu comprei originalmente pra usar em viagens, mas é tão prático e útil que eu levo sempre que a gente sai com ela. Comentei sobre isso no @vpd_orlando e fez tanto sucesso que acho que vale mostrar aqui também. Sem dúvida uma das dicas mais aleatórias que já dei nessa vida de blog, mas é prático demais pra não dividir.

Pra menino é muito fácil fazer xixi em qualquer lugar, mas pra menina, é sempre uma situação mais complicada. Esse forrinho e esse ajuste de assento dobrável resolvem muito bem o problema, seja em um restaurante, uma loja, um aeroporto, parque ou avião. Uma das pequenas invenções geniais que a Amazon me apresentou.

Entenda (e aceite) as limitações

A essa altura você já sabe que dá pra aproveitar demais a viagem com crianças, mas vai ter sim algumas programações que não são indicadas ou sequer permitidas até certa idade. Infelizmente tem dessas coisas, mas pelo menos você já está sabendo disso desde já, e pode se planejar de acordo. Não faltarão alternativas interessantes para toda a família curtir pra vocês incluírem no roteiro. 

Se tiver algo só para adultos que você considera essencial para a sua viagem e você estiver viajando com mais adultos, considerem tirar um dia cada um pra fazer essas coisas (revezando, claro).

Foto da Bia e da Julinha de costas, de mãos dadas em um parquinho
Eu e o Felipe também só vamos em certos restaurantes ou atrações quando alguma tia visita e topa ficar de babá! A tia Bia aí é uma das que mais faz esse papel! 🙂

Caso contrário, Nova York é uma cidade que todo mundo tem que deixar algo para próxima viagem mesmo, então você não estará sozinho se sair da cidade com vontade de voltar. Foque no copo meio cheio, curta o que der e vai ser especial! 

Evite isso com crianças!

Nova York é ótima pra crianças mas tem algumas coisas bem adultas que eu acho que vale você se atentar para poder desviar durante a sua viagem. Pode ser um detalhe, mas quando a gente planeja uma viagem com tanto carinho pra nossa família, vale a pena se atentar aos detalhes pra evitar uma situação de desencanto para as crianças, não acha? Felizmente, a lista de coisas pra evitar é BEM menor do que a lista de coisas pra aproveitar! 🙂 

Se eu lembrar de mais alguma coisa depois, eu vou incluindo aqui (e me conta aí nos comentários se você lembrar também), mas de cara tem 3 coisinhas que eu acho bom você ter atenção:

  • Em Março, é comemorado o St Patricks Day e como parte da celebração você vai ver muita gente bêbada na rua, em especial no Village e em áreas menos residenciais, como a quinta avenida. Mas a verdade é que todo bar vai estar comemorando, então a festa vai tomar uma boa parte da cidade.
  • Os personagens da Times Square são horrorosos pra qualquer criança que ainda se encanta e acredita nos desenhos. É cada coisa que eu já inventei pra desviar atenção da Juju pra ela não ver o “Mickey” fumando. Péssimo! Visitar a Times Square é um dos passeios turísticos mais tradicionais da cidade, mas evitar a muvuquinha dos personagens pode ser uma boa idéia. 
  • Tem um dia em dezembro em que uma galera se veste de papai noel, chamado SantaCon. Nesse dia, não vai demorar pra você encontrar papai noel bêbado em vários pontos da cidade. Mais uma cena que poderia ter saído direto da Times Square. Eu evito! 😛
Foto da Times Square de Nova York durante o dia, com as lojas e os telões já começando a acender. Os personagens da Times Square são medonhos para adultos e mais ainda pra crianças
Os personagens da Times Square são medonhos para adultos e mais ainda pra crianças 😛

Aproveite e não se cobre demais

Eu sou uma eterna defensora de viagens com crianças. É lógico que já passei por alguns apertos e perrengues (como também acontece sem crianças), mas sempre achei o saldo muito positivo. A convivência e as lembranças que a gente cria em família, o que uma criança aprende e a forma que ela abre a cabeça conhecendo o mundo e expandindo seus limites é algo incrível de acompanhar.

Que legal que você está se dedicando com tanto carinho pra viver e proporcionar isso para o seu grupo de viagem, incluindo crianças. Tenho certeza que vai valer a pena! 

Eu sei que é muita coisa pra pensar e todo um planejamento extra pra fazer. Principalmente com as crianças menores, a gente fica sempre muito preocupada se elas vão se comportar, se vão comer direito, enfim, se vai dar tudo certo. Eu também passo por todas essas preocupações, mas minha dica pra você é de não se cobrar tanto e não levar tudo tão a sério se algo sair diferente do planejado.

Se o seu filho der um chilique em algum lugar, ele não será o primeiro. Se ele chorar no avião, com certeza é algo mais sofrido pra ele do que para os outros (que poderão chegar no hotel e dormir), então não se cobre demais. A gente faz tudo o que pode, mas precisa tirar um pouco da culpa das costas também. A viagem também é sua, curta e descanse tratando os imprevistos com mais leveza e como parte da vida. Vai ser melhor pra você e pras crianças se tudo for encarado assim. Todo mundo que tem criança pequena sabe muito bem que as vezes rola um chilique mesmo, mas isso não é motivo pra você deixar de fazer as coisas que você quer. 

Foto da cidade de Nova York vista de cima, com o céu azul ao fundo
Enquanto estiver viajando, curta a viagem e não se preocupe além do necessário! Aproveite!

Se você passar por uma situação dessas, lembre-se que você não está sozinho. Eu pelo menos, to nesse barco também. Lembro do dia que eu e o Felipe tivemos que correr atrás da Julia em um dos playgrounds do Central Park enquanto ela gritava e desviava de todas as nossas tentativas de pegá-la. Parecia que a gente estava sequestrando nossa própria filha no parquinho e todo mundo olhando enquanto ela dava vários olés na gente, até que foi pega e saiu aos berros… foi ridículo e eu sentia no olhar dos outros pais a compaixão e pena da gente. Mas que pai nunca passou um momento ridículo na vida? Tudo vira caso pra contar, então leve as coisas menos a sério e aproveite. 

Como eu falei, esse é só o primeiro post de um assunto que rende muito! Espero que te ajude no planejamento de alguma forma.

Viajar com criança traz milhares de desdobramentos extras no planejamento mas é TÃO legal, gente! Eu acho que elas tornam qualquer viagem mais engraçada, divertida e memorável! Nova York pode não ser o destino mais óbvio no primeiro momento, mas é uma cidade muito diferente e cheia de atrativos para os pequenos! Vai ser demais, tenho certeza. 😉