VPD Nova York
Preparativos

O que NÃO fazer em Nova York: evite erros que atrapalham a viagem

Acho que este é o post do blog que eu mais tinha vontade de escrever desde que pensei em criar o VPD NY, porque acho que evitar erros muitas vezes te ajuda mais do que dicas do que fazer (que no fundo são decisões mais pessoais mesmo).

Descobrir tarde demais que se meteu em uma furada na viagem as vezes acontece, mas é ruim demais, né? Como eu já passei muito por isso, quem sabe consigo te ajudar a evitar essa situação. 🙂

Lembro de dividir a idéia desse post com a Mon em um áudio de whatsapp em uma conversa acalorada sobre erros de viagem, desses que a gente fica até com vontade de se meter nos planos dos outros e falar: cara, não faz isso com você não!

Infelizmente perdi o áudio mas como sou sim um pouco intrometida, não desisti da idéia de “quem avisa amigo é” e aos poucos reuni aqui de novo os erros, pra te alertar das ciladas. 

O que não fazer em NY: erros que podem atrapalhar sua viagem

Se basear nos padrões dos outros

Esse é um dos erros que mais me incomodava toda vez que eu vinha pra NY como turista e até hoje me dá maior birra. É muito chato quando você vai dividir seus planos ou contar como foi a viagem pra outra pessoa e ela quer te ensinar o que você deveria ter feito com uns papos do tipo “Ah, mas se você não fez tal coisa, você não conheceu Nova York de verdade”.

Esqueça qualquer tipo de obrigatoriedade quando vier pra NY e faça a SUA viagem. A graça de Nova York é justamente a diversidade da cidade e a viagem de duas pessoas nunca vai ser igual. Pra mim, quem não entendeu isso não entendeu o espírito de Nova York. Por isso que ninguém cansa dessa cidade: cada viagem é sempre diferente! 

Nem toda programação vai ser pra todo mundo e tudo bem, mas alguns erros podem sim atrapalhar a viagem. Foto da fachada da Broadway em Nova York, com cartazes do musical Hamilton em três pontos diferentes
Nem toda programação vai ser pra todo mundo e tudo bem!

É claro que existe uma série de locais clássicos, icônicos e que a maioria das pessoas curte conhecer, mas se por qualquer motivo você não estiver afim de ir a um deles, não vá! É SUA viagem, SUAS férias, SEUS dólares investidos e SEU tempo limitado! Faça aquilo que você tiver vontade e não escute cegamente ninguém – nem mesmo a gente! 

É bem possível que você goste de algo que eu não gosto e vice versa. Entre eu, Bia e Mon, também não somos sempre um consenso. Seu perfil e seu gosto são os melhores termômetros pra decidir o que vale ou não na sua viagem e vou sempre defender a idéia de que uma viagem pessoal, personalizada, vai ser muito mais legal. 

Aliás, é por isso mesmo que aqui no blog todas nós vamos dar nossa opinião (óbvio), mas também vamos tentar sempre explicar o que você vai encontrar em cada lugar, mais do que só opinar – justamente porque ninguém é obrigado a concordar com a gente sempre! Se a gente conseguir te ajudar a entender o que esperar pra tomar sua decisão pessoal, já estou bem feliz. 

Resumindo: faça as coisas do seu jeito e não do jeito dos outros! 

Tentar viver como um local

Muita gente acha que a vida de quem mora em NY tem algum glamour, mas a graaaaande maioria das pessoas por aqui vive uma vida normal – e com muita batalha. Ninguém consegue viver só pra ir aos museus, passear no parque todos os dias, jantar em restaurantes incríveis e assistir musicais da Broadway todo final de semana. 

A vida do turista é bem mais cheia de programações interessantes do que a do residente, que segue sua rotina de trabalho, supermercado, casa, e essas coisas comuns.

Um dos principais erros é tentar viver como um local e deixar de curtir como um turista. Foto da fachada do MET
Aproveite as férias como férias mesmo!

De tempos em tempos vejo algumas pessoas querendo viver como um local, fazendo algo bem aleatório, como passar o dia lendo no Central Park (cof cof, Mon!). Pessoalmente, acho isso gastar um tempo preciosíssimo da viagem e além de tudo, não tem nada a ver com a vida REAL de um local (que deve ser bem mais parecida com a sua vida na sua cidade do que você pensa). 

O residente local não está de férias, mas você está e merece aproveitar tudo com intensidade, fazendo cada minuto e cada dólar valer a pena. 

Não estou dizendo pra você só fazer coisas básicas de turistas e evitar áreas de residentes nem nada assim, tá? Só estou falando para não criar uma figura imaginária do nova iorquino e perder tempo da sua viagem tentando viver esse faz de conta. Tenho certeza que a sua realidade de férias vai ser bem mais legal – e sem dúvida vai ser mais do que a minha realidade, de acordar cedo pra fazer café, vestir filha pra escola, trabalhar, fazer supermercado, trabalhar de novo, buscar criança na escola… você pegou a idéia. 

Alugar um carro

Quem acompanha o VPD Orlando, meu blog sobre Orlando, sabe que aluguel de carro é meu transporte preferido quando estou na Flórida, mas em Nova York acho um erro desses que tem tudo pra se tornar um amargo arrependimento mesmo. 

Aluguel de carro já não é barato, mas em Nova York ainda tem 3 agravantes que fazem não valer a pena: 

  • A dificuldade de estacionar: ou você paga um absurdo em um estacionamento ou vai passar um perrenguinho parando o carro na rua e precisando tirar o carro determinados dias pro caminhão de lixo passar pra não ser multado ou guinchado. 
  • O trânsito: é terrível e em geral você vai demorar muito mais tempo de carro do que demoraria de bicicleta, de metrô ou dependendo do lugar, até andando. 
  • Regrinhas chatas de trânsito: tem uma ou outra regra diferente do que estamos acostumados e somando isso ao comportamento sem paciência dos motoristas de Nova York, você vai achar stress desnecessário nas suas férias.
Um dos maiores erros de NY é alugar carro. Foto do interior do metrô de Nova York
O metrô de Nova York é super eficiente e vale muito mais a pena

Sério, alugar carro não só é uma furadinha qualquer, é uma furada mais cara do que as outras alternativas de transporte mais eficientes. Confie em mim: você não vai sentir nenhuma falta de deixar essa despesa de lado.

Comer só em restaurante de rede

Nova York é um polo gastronômico como praticamente nenhum outro lugar do mundo. Você acha comidas de diferentes culturas, pra todos os gostos e bolsos, de uma maneira muito particular daqui.

Eu não tenho absolutamente nada contra restaurantes de rede (quem acompanha o VPD Orlando já sabe disso) mas você poderá aproveitá-los em outras oportunidades.

Nova York tem TANTA coisa MUITO mais gostosa e que você só encontra por aqui, que os restaurantes de rede acabam sendo opções que simplesmente não fazem muito sentido. Foque no que é especial de Nova York, gastando a mesma coisa e comendo muito melhor do que em restaurantes de rede. 

Fachada do restaurante Eileen's Special Cheesecake. Meu preferido!
De fora você não dá nada, mas esse restaurante tem um dos melhores doces de NY!

Tentar gabaritar a cidade 

Sinceramente, acho que tentar gabaritar qualquer cidade numa viagem é sempre um erro, mas em Nova York é além de tudo uma certeza de que você vai falhar nessa missão. Desculpe a sinceridade, mas é verdade, então nem perca seu tempo tentando. 

Eu entendo o entusiasmo de querer fazer mil coisas, ainda mais quando a gente está animado na fase deliciosa de planejamento e imagina a viagem perfeita, com todos os fatores favorecendo os seus passeios e tudo ocorrendo de acordo com a programação. 

Foto da Brooklyn Bridge, com o céu azul e prédios ao fundo e as folhas do outono ao redor.
Nova York tem MUITA coisa pra fazer – mais motivos pra voltar, né?

Na prática, nunca é assim, né? Trânsito acontece, chuva acontece, lugares que você não planejou conhecer mas que parecem ser super legais surgem no seu caminho – e tudo bem. Em geral, tentar fazer coisas demais torna a programação mais estressante, engessada e te impede de aproveitar de verdade todas essas atividades. Isso sem contar que você acaba gastando bem mais.

Em vez disso, escolha um número realista de programações e curta profundamente cada uma dessas escolhas. Minha dica é também sempre deixar espaços folgados na programação para “margem de manobra”. Assim, se você tiver qualquer imprevisto ou vontade de fazer algum passeio espontâneo, fora da rota, você não se atrapalha tanto com o resto do roteiro da viagem.

Não levar em consideração a época da viagem

Nova York muda demais de uma época do ano pra outra e isso afeta a sua viagem em muitos outros aspectos além da roupa que você vai usar. Alguns exemplos:

  • Nova York tem várias programações diferentes (muitas gratuitas) em diferentes épocas do ano
  • Os dias são bem mais longos nos meses quentes do que nos meses frios. No pico do verão, anoitece por volta de 20h, enquanto no inverno as vezes 16h30 já está tudo escuro. No fim das contas, o dia rende bem mais nos meses quentes ou amenos. 
  • Não só por anoitecer mais rápido, o clima frio pode realmente afetar seu aproveitamento da viagem, já que você deve conseguir ficar bem menos tempo em atividades externas quando comparado com os meses quentes. Não subestime o frio de NY, é BEM gelado mesmo. 
  • Também nos meses quentes, os restaurantes trabalham com mesas na calçada, aumentando a sua capacidade e se tornando um pouco menos difícil conseguir uma vaga em restaurantes disputados. Já no frio, as atividades em ambiente fechado ficam ainda mais cheias.

Vejo muita gente falando que quer vir pra Nova York no frio pra ver neve, mas esquece de todos os outros aspectos que essa decisão afeta a sua viagem. Isso fora o fato de que você não tem certeza nenhuma se vai ver neve em qualquer época. As vezes neva pouco por aqui, mas faz muuuuuito frio mesmo assim. 

Se você gosta de paisagens de frio e curte viajar nesse clima, tudo certo. Você pode aproveitar muita coisa e a tem várias programações incríveis especiais de fim de ano por aqui! O problema mesmo é não levar em conta todos os efeitos dessa decisão na sua viagem e se surpreender negativamente, caso você não se dê bem com frio extremo. 

Foto das árvores sem folhas no inverno e o MET ao fundo
O frio é bem frio mesmo!

Não se planejar antecipadamente

Chegar em Nova York e só então decidir seu roteiro de viagem pode parecer uma idéia espontânea e charmosa, mas na verdade pode limitar seu aproveitamento.

Sabe quando você vai a um restaurante que tem opções demais e fica até perdido, sem saber o que pedir? Nova York pode ser assim para todos os aspectos da programação, e você não vai querer perder tempo de férias (que você pagou caro pra aproveitar) “descobrindo o cardápio” da cidade, algo que você já poderia ter feito melhor da sua casa mesmo. 

Um dos maiores erros é não se planejar. Foto de Chinatown, com as placas de estabelecimentos em chinês
Pesquise sobre as principais atrações e veja quais te interessam

Saber o que precisa ser agendado antecipadamente, o que tem horários diferentes de funcionamento em cada dia da semana, o que tem entrada gratuita alguns dias ou todos os dias, quais atrações fora da rota te interessam, quais locais trarão algum evento especial em determinada data que você pode querer participar (ou querer evitar) – tudo isso vai impactar o seu aproveitamento e até os custos da sua viagem. 

Duas boas notícias aqui:

  1. Se você está lendo esse post, acho que vontade de planejar não falta, né? Então por esse problema, você não passa!  🙂  
  2. Planejar pode ser super gostoso. Eu pessoalmente começo a curtir a viagem bem antes dela começar, enquanto cuido dos preparativos e fico antecipando como vai ser cada experiência. 

Dê uma pesquisadinha nas principais atrações da cidade, escolha quais você vai conhecer e já descubra os custos e dicas para cada uma delas. Isso tudo vai te ajudar a otimizar o seu orçamento, além de te permitir aproveitar uma quantidade muito maior de programações, já que você só vai usar tempo de viagem para aproveitar e não pra planejar. Ou seja, só vantagem! 😉

Ficar só na área turística

Assim como tentar viver uma vida de local é um erro, tentar ficar só nas áreas turísticas também é. A essa altura tenho certeza que você já sabe que Nova York é MUITO diversa e vai muito além da Times Square, Empire State Building e tudo aquilo que você vê em Midtown Manhattan. Cada bairro tem seu jeitão próprio e passear por alguns locais fora de rota é sempre uma delícia! 

É claro que muitas das grandes atrações turística são sensacionais e merecem sua atenção. Provavelmente elas serão mesmo o foco da sua viagem, mas nem por isso você precisa ignorar todas as outras atividades fora da rota turísticas que podem te interessar e enriquecer os seus dias em Nova York também. 

Foto da Times Square iluminada e cheia ao entardecer, com os prédios de Nova York ao fundo
É super válido conhecer os pontos turísticos, mas tem coisas muito legais fora dele também!

Quanto mais tempo de viagem, mais você poderá se dedicar também ao que foge do básico – e aqui, as preferências de cada um vão definir quais atividades exatamente farão mais sentido no seu roteiro, mas o lado bom é que não faltarão opções legais para todos os gostos (e bolsos)! 

Gastar mais do que precisa

Você percebeu que eu falei de orçamento e custos em vários dos outros erros? Pois é, simplesmente por não pesquisar e conhecer todas as suas opções, muitos turistas acabam gastando muito mais dinheiro do que precisam. Acho que não importa se o seu orçamento é apertado ou super flexível, gastar mais do que precisa é sempre uma sensação muito ruim; e pior ainda quando é em dólar! 

Alguns exemplos do que eu estou falando:

  • Você viu todas as suas opções para economizar antes de comprar seus ingressos para um musical da Broadway?
  • Estudou suas opções de transporte pra evitar perder tempo e dinheiro?
  • Pesquisou bastante suas alternativas de hospedagem para achar a melhor relação custo-benefício?
  • Já avaliou as melhores opções de alimentação e se os restaurantes que você quer ir oferecem algum menu com desconto, de repente no almoço ou algum dia da semana?
  • Sabe se o museu ou outra programação que você quer ir oferece algum dia de acesso gratuito que possa te interessar?

Esses são só alguns dos muitos exemplos de itens que se você pesquisar, pode evitar gastar além do necessário – e você não tem idéia da quantidade de gente que não toma este cuidado e acaba jogando dinheiro fora. Muito melhor é fazer sua pesquisa, pegar o dinheiro que economizou e usar pra outra coisa que você vai aproveitar mais. Eu no seu lugar gastaria em bolsas ou comida, certeza! 😛 

Um bom planejamento te ajuda a economizar e evitar erros. Foto da entrada do Museum of Modern Art de Nova York.
Um bom planejamento te ajuda a economizar!

Usar carruagens do Central Park

Pode ser um tema meio polêmico, mas pra mim essa é uma das maiores furadas da cidade. É claramente uma exploração dos pobres cavalos que parecem miseráveis ali e ainda por cima é um roubo de tão caro. Além de tudo isso, você aproveita MENOS o Central Park do que aproveitaria andando ou de bicicleta. Se você não acredita em mim, é só olhar pra cara da galera dentro das carruagens. A GRANDE maioria traz o arrependimento estampado no rosto.

Foto de uma das carruagens do Central Park, puxada por cavalos, durante o passeio pelo parque
Confia em mim, não vale NADA a pena!

O parque foi feito pra ser curtido caminhando ou em um passeio de bicicleta. Só assim você vai poder ir parando, conhecendo as diferentes regiões com calma, aproveitando mais do que elas tem pra oferecer, tirando suas fotos.  

Sei que ainda tem muita gente que acha legal este tipo de passeio, mas esse post tem minha opinião, né? E pessoalmente acho que esse passeio de carruagem é tão furada que fica ali no limiar pra eu não chamar de golpe.

Eu já passei por muito perrengue e furada na vida e acho que em algum grau, a gente precisa estar aberto pra errar quando está fora de casa. Depois tudo vira caso pra contar. Mas estes são os erros mais chatinhos, que eu acho que atrapalham muito e custam caro, e por isso não queria que você precisasse passar por eles.

Você vai ver que nenhum destes erros é super difícil de evitar, agora que você já sabe sobre a existência deles, concorda? Nova York tem e sempre terá muito mais acertos do que erro, com certeza! Espero que estas dicas te ajudem a aproveitar ainda mais. 🙂